ASSIS,
Machado de. Teoria do Medalhão. Obra
Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994.
O conto
de Machado de Assis, Teoria do Medalhão, trata de um diálogo entre um pai que
sugere e instrui o seu filho o exercício de Medalhão, seu sonho quando jovem, após
o jantar de comemoração de seus 21 anos de idade.
O filho possuía diploma e algumas apólices, e, segundo o seu pai,
poderia entrar na magistratura, no parlamento, na imprensa, na lavoura,
indústria, comércio, nas letras ou nas artes. Porém, seu pai afirma que
Medalhão, seria o mais adequado. Para ele, o seu filho possuía as qualificações
necessárias para tal feito. No decorrer do diálogo, verifica-se que o pai do
rapaz subestima-o, confirmando assim que o mesmo já possui alguns dos critérios
necessários para este ofício.
Medalhão quer dizer, pessoa
medíocre, insignificante, alguém que se preocupa apenas com sua aparência, sujeito
de pouco conteúdo, indivíduo desprovido de idéias que podem culminar em grandes
feitos e incríveis mudanças. Seu principal interesse e preocupação estão
voltados para coisas supérfluas como: modelos e estilos de roupas, assuntos e
diálogos dispensáveis a questionamentos, ou seja, uma pessoa voltada para as
futilidades.
Em uma de suas afirmações, o pai diz que o filho era dotado de perfeita
inópia mental, requisito conveniente ao exercício deste ofício, ou seja, que possuía
carência mental, incapaz de idéias brilhantes e frutíferas, úteis á humanidade.
Jogar bilhar, ler compêndios de retórica, ouvir determinados discursos, passear
nas ruas de preferência acompanhado (porque a solidão é oficina das idéias)
entre outras, são algumas das instruções dadas pelo pai para seu filho.
O pai assegura ao seu filho que estas proezas,
ou seja, as peculiaridades de um Medalhão é algo que parece ser fácil, mas
requer grande esforço principalmente quando garante que o ofício é difícil, consome
bastante tempo, podendo levar anos para o seu aprimoramento até chegar a sua
perfeição, consumindo também paciência, trabalho. Afirma também que felizes são os que chegam a entrar na terra
prometida!. Os que esgotam suas forças para atingir este tão “glorioso”
ofício, segundo o seu pai, é engolido pela obscuridade.Mas os que triunfam! E ele garante a
sua vitória, visualizará o cair das
muralhas de Jericó ao som das trombetas sagradas.
Texto
resenhado por Fernanda Carla dos Santos Vital Brito, discente da disciplina
Português Instrumental, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual
da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.
REFERÊNCIAS
ASSIS, Machado de. Teoria do Medalhão. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000232.pdf>. Acesso em
25 fev. 2012.
Desde
a antiguidade o homem tem buscado facilitar a sua vida em sociedade, trazendo
ao seu cotidiano novas invenções e descobertas que buscam promover maior
comodidade. A Televisão pode ser citada como uma dessas invenções
revolucionárias que desde 1950 está presente em nosso dia-a-dia, desde a classe
alta à classe mais desfavorecida. Porém a sua utilidade e benefício à sociedade
tem sido alvo de questionamentos diversos.
Bernardino
Mendonça Carleial, formado em Psicólogia-Clínica pela Universidade Católica de
Minas Gerais, estudante de Direito da Faculdade de Direito Estácio de Sá, em Belo Horizonte – MG
e também escritor e Pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito, em um
de seus artigos publicados no jornal O Estado de Minas, afirma que apesar da
televisão ter um papel construtivista, tem sido um instrumento propagador de
imagens de ocorrências nocivas, alcançando desde as tribos indígenas do Xingu, às
famílias mais opulentas, aos habitantes das favelas, até penitenciárias do
mundo inteiro. Segundo ele, este aparelho tem influenciado as pessoas, especialmente
crianças e adolescentes, exercendo um papel transformador da conduta humana, condicionador
implacável de mentes, influenciando os hábitos, costumes e cultura dos povos,
transformando-nos assim espectadores de nossa própria conduta.
Amélia
Hamze, professora e colaboradora do site brasilescola.com, classifica a
televisão como ferramenta audiovisual que simultaneamente ao rádio e a
imprensa, mais contribuiu com o planeta, constituindo-se não somente em uma companhia,
mas em um instrumento de diversão, de informação e de formação,
influenciando especialmente a educação.
Ela cita a televisão como mais um recurso didático útil à alfabetização,
ampliando as possibilidades de acesso a materiais que recortam a realidade do
país. Desta forma, destaca a necessidade do educador em inserir a televisão na
sala de aula com o intuito de ensinar os alunos a vê-la com olhar crítico. Para
ela, o importante é saber usá-la para o cotidiano, e não ser usado por ela.
Kim,
cantor e compositor Gospel, em sua música “Sem TV eu te enxergo muito mais”,
apresenta a televisão como uma ferramenta transformadora da realidade, que
molda não só o caráter, mas a forma de enxergar o mundo, de falar, agir, sentir
e se expressar. Para ele, a televisão é apregoada como instrumento maquilador
de personalidades. Esta canção retrata o conflito de uma pessoa que teve a sua
TV quebrada e a sua atual dificuldade de pensar e olhar o outro, bem como o de
se ver. Nesta canção, também afirma o poder manipulador que esta possui sobre o
espectador no que tange a política, o estilo de vestir etc.
A
verdade é que a evolução humana é marcada por grandes descobertas e numerosos
inventos. Desde a descoberta do fogo na pré- história que trouxe a oportunidade
ao homem de cozer seu alimento, aquecê-lo quando necessário e principalmente a
transformar metais e diversos materiais, a invenção do telefone patenteada por
Alexander Graham Bell em 1875 que tinha como objetivo principal aproximar as
pessoas, ao telefone celular móvel usado
pela primeira vez pelo gerente da Motorola, Martin Cooper, do balão de
Jean-François Pilâtre de Rozier e François Laurent d'Arlandes, que levou ao
avião de Santos Dumont e dos irmãos Wilbur e Orville Wright, possibilitando ao homem a se deslocar a grandes distâncias
em pouco espaço de tempo, à internet que desde 1955 tem sido trabalhada para
que chegasse as nossas casas com a intenção não só de pesquisa e trabalho mas
de entretenimento.
Muitas
outras poderiam ser citadas, porém, a Televisão de John Baird, um escocês, foi
uma das invenções que superou as expectativas de muitos na época, e a que mais
tem causado polêmica quanto a sua utilidade e seus benefícios a humanidade. No
entanto, a televisão como qualquer outro invento, é um instrumento que se
utilizado de forma salutar pode trazer á humanidade melhoramentos que tem a força
de promover mudanças benéficas à sociedade.
Não
se pode desconsiderar a sua utilidade como veículo de informação, tendo em vista
que pode-se através dela, conhecer outras localidades e culturas diversas, como
instrumento protestante das divergências sociais e veiculador de
informações indispensável à sociedade. Todavia,
a falta de ética dos profissionais da mídia, a ganância por lucro e a busca por
maiores audiências, tem manchado as telinhas de TV com programações
destrutivas, promiscuas e de certa forma deturpadora não só da moral e
princípios, mas da realidade social.
Desta
forma, é válido afirmar a sua proficuidade à sociedade como aparelho veiculador
de informações relevantes, porém, não deve-se deixar de salientar a forma
incorreta de sua utilização. A ferramenta em si é benéfica, mas quem a usa
como propagador de informações e entretenimento tem transmitido programações de
baixo conteúdo informacional e de certa forma de cultura de baixo nível. E não
esqueçamos que, se estas programações continuam a existir nas telinhas, é
porque tem quem as assista.
Texto resenhado por Fernanda Carla dos
Santos Vital Brito, discente da disciplina Português Instrumental, do Curso de
Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.
Hoffman,
Michael. O Clube do Imperador (The
Emperor's Club). EUA 2002.
A
história passa-se numa conceituada escola tradicionalista para rapazes, St.
Benedict's, cujos alunos pertencem à alta sociedade. William Hundert (Kevin
Kline) é um dos melhores professores de história e tem grande preocupação em
passar lições de moral e princípios por meio de estudo acerca da filosofia
Greco-romana e seus grandes pensadores. A sua rotina muda quando Sedgewick Bell
(Emile Hirsch), filho de um senador, passa a estudar nesta escola e os
ensinamentos de Hundert entram em choque com o comportamento deste novo aluno.
De
início, Sedgewick chegou a afetar a rotina dos alunos, já que não enxergava
valor algum no que era ensinado por Hundert, tentando corromper os costumes
desta escola. Hundert voltou a sua atenção para o filho do senador com o
intuito de tentar conquistá-lo e fazer com que se interessasse pelos estudos,
sem obter êxito de início. Porém, após algumas tentativas, e uma conversa com o
pai de Sedgewick, o professor consegue fazer com que o mesmo se empenhasse e
participasse do concurso Júlio César (líder militar romano). Este
concurso era uma das tradições desta escola e consistia em responder perguntas
feitas sobre a Grécia e Roma antiga, e na grande final apenas três finalistas
participavam. Muitos pais destes alunos chegaram a participar deste concurso
com êxito.
Hundert
acreditava que Sedgewick poderia mudar seu comportamento diante dos outros, o
que fez com que o colocasse na final do concurso Júlio César, burlando sua
nota, mesmo sem mérito, achando que estaria fazendo algum bem para ele.
Contudo, decepcionou-se com o aluno que ajudara, notando que este estava trapaceando.
Da mesma forma que fez com que Sedgewick participasse da final do concurso,
Hundert fez com que o perdesse, perguntando o que tinha a certeza que este não
saberia responder. Apartir daí, Sedgewick passou a ter mal comportamento seguidos
de notas baixas fazendo com que Hundert experimentasse um forte sentimento de
fracasso.
Anos depois,
Sedgewick se transformara em um grande empresário. Com o pai falecido, quis
prestar homenagem a ele fazendo uma significante doação à St. Benedict’s sob a
condição de programar uma revanche do concurso que fora derrotado no passado,
com a presença de todos os amigos da época e de seu antigo professor de
História. Hundert, apesar de estar decepcionado por não conseguir a diretoria
da escola (já que o antigo diretor falecera) por um funcionário que no passado
fora indicado por ele, aceita o convite.
No
entanto, após verificar que mais uma vez Sedgewick trapaceou utilizando-se de
um aparelho auricular, em que um universitário lhe dizia as respostas, Hundert
leva mais um golpe e então mais uma vez, faz com que seu ex-aluno perca o
concurso. Após o acontecido, Sedgewick anuncia a sua candidatura ao senado.
Hundert
trabalhava para uma a instituição em que acreditava em sua metodologia e
principalmente nos valores que apregoava. Como professor de história, era
aplicado e buscava ensinar a seus alunos valores através de ensinamentos de
grandes filósofos da antiguidade. Para ele, o mais importante era viver uma
vida com retidão. Afirmava que “a ambição e conquista sem contribuição não tem
significado”, ou seja, que de nada adiantaria o homem almejar grande conquista
para si se esta não trouxesse grande contribuição para a sociedade.
Hundert
tentou ajudar Sedgewick, pois se identificara com o filho único de pai
importante, pois também era filho de um. Quando afirmou que “por mais que
tropecemos o dever de um professor é esperar que o ensino mude o caráter de um
menino e o destino de um homem”, tinha a esperança de que ensinamentos
apropriados poderiam mudar ou mesmo tecer o caráter de um indivíduo, e mesmo
que a família lhe ensinasse o contrário, obteria êxito como educador e
Sedgewick fora o seu desafio, pois acreditou nele mais do que ele próprio.
Hundert
deu mais que uma chance para Sedgewick, ofereceu-lhe a oportunidade de
transformar-se não só num homem de sucesso, mas de transformar-se num homem bem
sucedido e correto diante de sua família e achegados. Hundert compreendeu que
Sedgewick tinha um relacionamento de pouca afetividade e diálogo com seu pai.
Percebeu também que apesar da distância entre os dois, Sedgewick tinha
esperanças de ainda ser ouvido por seu pai, respondendo a sua indiferença
através da sua rebeldia. Desta forma, o valor que o senador não possuía e, por
isso, não podia passá-lo a seu filho, Hundert tentou imprimir em seus
ensinamentos para que fossem absorvidos por Sedgewick.
Atualmente,
muitos pais ao matricularem seus filhos em uma instituição de ensino, acreditam
que além dos ensinamentos necessários a sua formação educacional, a instituição
também tem o papel de transformar seus filhos em homens corretos, de idoneidade
inquestionável, livrando-os de mais esta responsabilidade. Esta confusão quanto
à verdadeira função de uma escola é fruto de uma sociedade que mudou os seus
hábitos familiares, pois a necessidade de trabalhar mais para obter maiores
ganhos tem tirado não só o pai de dentro de casa, por ter mais necessidade de
passar mais horas em seu trabalho para sustento da família, mas a mãe do seio
familiar para o mercado de trabalho, fazendo com que os pais confundam a
verdadeira função de uma instituição de ensino, confiando assim, não só a
educação necessária a formação de seus filhos à escola, mas a responsabilidade
de ensiná-los valores e princípios necessários para a formação de seu caráter.
Desta
forma, é válido afirmar que o caráter de um homem é moldado através de seio familiar,
por meio de experiências e ensinamentos vividos e passados dos pais a seus
filhos, pois, se assim não fosse, não existiria entre grandes profissionais,
magistrados e políticos, exemplos de falha e por que não dizer, distúrbio de
caráter no meio daqueles que juraram defender a lei, a saúde e a vida humana.
Portanto,
a família tem um papel fundamental no destino de cada um. Esta obra mostra que
somos em essência o que a nossa família nos imprimiu acerca de hábitos,
costumes, princípios e valores durante o início de nossa existência. Este filme
é indicado para estudantes e profissionais da área de humanas bem como
educadores, estudantes da área de saúde como psicólogos e também aos pais,
filhos e familiares em geral.
Texto
resenhado por Fernanda Carla dos Santos Vital Brito, discente da disciplina
Português Instrumental, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual
da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.
REFERÊNCIAS
O Clubedo Imperador. (The
Emperor’s Club). Direção: Michael
Hoffman EUA. 2002. DVD (109
min), widescreen, color., dublado.