quarta-feira, 21 de março de 2012

Resenha Descritiva do conto "Teoria do Medalhão"



ASSIS, Machado de. Teoria do Medalhão. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994.
O conto de Machado de Assis, Teoria do Medalhão, trata de um diálogo entre um pai que sugere e instrui o seu filho o exercício de Medalhão, seu sonho quando jovem, após o jantar de comemoração de seus 21 anos de idade.
O filho possuía diploma e algumas apólices, e, segundo o seu pai, poderia entrar na magistratura, no parlamento, na imprensa, na lavoura, indústria, comércio, nas letras ou nas artes. Porém, seu pai afirma que Medalhão, seria o mais adequado. Para ele, o seu filho possuía as qualificações necessárias para tal feito. No decorrer do diálogo, verifica-se que o pai do rapaz subestima-o, confirmando assim que o mesmo já possui alguns dos critérios necessários para este ofício.
Medalhão quer dizer, pessoa medíocre, insignificante, alguém que se preocupa apenas com sua aparência, sujeito de pouco conteúdo, indivíduo desprovido de idéias que podem culminar em grandes feitos e incríveis mudanças. Seu principal interesse e preocupação estão voltados para coisas supérfluas como: modelos e estilos de roupas, assuntos e diálogos dispensáveis a questionamentos, ou seja, uma pessoa voltada para as futilidades.
Em uma de suas afirmações, o pai diz que o filho era dotado de perfeita inópia mental, requisito conveniente ao exercício deste ofício, ou seja, que possuía carência mental, incapaz de idéias brilhantes e frutíferas, úteis á humanidade. Jogar bilhar, ler compêndios de retórica, ouvir determinados discursos, passear nas ruas de preferência acompanhado (porque a solidão é oficina das idéias) entre outras, são algumas das instruções dadas pelo pai para seu filho.
O pai assegura ao seu filho que estas proezas, ou seja, as peculiaridades de um Medalhão é algo que parece ser fácil, mas requer grande esforço principalmente quando garante que o ofício é difícil, consome bastante tempo, podendo levar anos para o seu aprimoramento até chegar a sua perfeição, consumindo também paciência, trabalho. Afirma também que felizes são os que chegam a entrar na terra prometida!. Os que esgotam suas forças para atingir este tão “glorioso” ofício, segundo o seu pai, é engolido pela obscuridade. Mas os que triunfam! E ele garante a sua vitória, visualizará o cair das muralhas de Jericó ao som das trombetas sagradas.
Texto resenhado por Fernanda Carla dos Santos Vital Brito, discente da disciplina Português Instrumental, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.

REFERÊNCIAS
ASSIS, Machado de. Teoria do Medalhão. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000232.pdf>. Acesso em 25 fev. 2012.

terça-feira, 20 de março de 2012

Resenha Temática: A Televisão



Desde a antiguidade o homem tem buscado facilitar a sua vida em sociedade, trazendo ao seu cotidiano novas invenções e descobertas que buscam promover maior comodidade. A Televisão pode ser citada como uma dessas invenções revolucionárias que desde 1950 está presente em nosso dia-a-dia, desde a classe alta à classe mais desfavorecida. Porém a sua utilidade e benefício à sociedade tem sido alvo de questionamentos diversos.
Bernardino Mendonça Carleial, formado em Psicólogia-Clínica pela Universidade Católica de Minas Gerais, estudante de Direito da Faculdade de Direito Estácio de Sá, em Belo Horizonte – MG e também escritor e Pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito, em um de seus artigos publicados no jornal O Estado de Minas, afirma que apesar da televisão ter um papel construtivista, tem sido um instrumento propagador de imagens de ocorrências nocivas, alcançando desde as tribos indígenas do Xingu, às famílias mais opulentas, aos habitantes das favelas, até penitenciárias do mundo inteiro. Segundo ele, este aparelho tem influenciado as pessoas, especialmente crianças e adolescentes, exercendo um papel transformador da conduta humana, condicionador implacável de mentes, influenciando os hábitos, costumes e cultura dos povos, transformando-nos assim espectadores de nossa própria conduta.
Amélia Hamze, professora e colaboradora do site brasilescola.com, classifica a televisão como ferramenta audiovisual que simultaneamente ao rádio e a imprensa, mais contribuiu com o planeta, constituindo-se não somente em uma companhia, mas em um instrumento de diversão, de informação e de formação, influenciando  especialmente a educação. Ela cita a televisão como mais um recurso didático útil à alfabetização, ampliando as possibilidades de acesso a materiais que recortam a realidade do país. Desta forma, destaca a necessidade do educador em inserir a televisão na sala de aula com o intuito de ensinar os alunos a vê-la com olhar crítico. Para ela, o importante é saber usá-la para o cotidiano, e não ser usado por ela.
Kim, cantor e compositor Gospel, em sua música “Sem TV eu te enxergo muito mais”, apresenta a televisão como uma ferramenta transformadora da realidade, que molda não só o caráter, mas a forma de enxergar o mundo, de falar, agir, sentir e se expressar. Para ele, a televisão é apregoada como instrumento maquilador de personalidades. Esta canção retrata o conflito de uma pessoa que teve a sua TV quebrada e a sua atual dificuldade de pensar e olhar o outro, bem como o de se ver. Nesta canção, também afirma o poder manipulador que esta possui sobre o espectador no que tange a política, o estilo de vestir etc.
A verdade é que a evolução humana é marcada por grandes descobertas e numerosos inventos. Desde a descoberta do fogo na pré- história que trouxe a oportunidade ao homem de cozer seu alimento, aquecê-lo quando necessário e principalmente a transformar metais e diversos materiais, a invenção do telefone patenteada por Alexander Graham Bell em 1875 que tinha como objetivo principal aproximar as pessoas,  ao telefone celular móvel usado pela primeira vez pelo gerente da Motorola, Martin Cooper, do balão de Jean-François Pilâtre de Rozier e François Laurent d'Arlandes, que levou ao avião de Santos Dumont e dos irmãos Wilbur e Orville Wright, possibilitando  ao homem a se deslocar a grandes distâncias em pouco espaço de tempo, à internet que desde 1955 tem sido trabalhada para que chegasse as nossas casas com a intenção não só de pesquisa e trabalho mas de entretenimento.
Muitas outras poderiam ser citadas, porém, a Televisão de John Baird, um escocês, foi uma das invenções que superou as expectativas de muitos na época, e a que mais tem causado polêmica quanto a sua utilidade e seus benefícios a humanidade. No entanto, a televisão como qualquer outro invento, é um instrumento que se utilizado de forma salutar pode trazer á humanidade melhoramentos que tem a força de promover mudanças benéficas à sociedade.
Não se pode desconsiderar a sua utilidade como veículo de informação, tendo em vista que pode-se através dela, conhecer outras localidades e culturas diversas, como instrumento protestante das divergências sociais e veiculador de informações  indispensável à sociedade. Todavia, a falta de ética dos profissionais da mídia, a ganância por lucro e a busca por maiores audiências, tem manchado as telinhas de TV com programações destrutivas, promiscuas e de certa forma deturpadora não só da moral e princípios, mas da realidade social.
Desta forma, é válido afirmar a sua proficuidade à sociedade como aparelho veiculador de informações relevantes, porém, não deve-se deixar de salientar a forma incorreta de sua utilização. A ferramenta em si é benéfica, mas quem a usa como propagador de informações e entretenimento tem transmitido programações de baixo conteúdo informacional e de certa forma de cultura de baixo nível. E não esqueçamos que, se estas programações continuam a existir nas telinhas, é porque tem quem as assista.
Texto resenhado por Fernanda Carla dos Santos Vital Brito, discente da disciplina Português Instrumental, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.
REFERÊNCIAS
HAMZE, Amélia. A Televisão e Sua Influência. Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/a-televisao-sua-influencia.htm>. Acesso em 15 fev. 2012.
CARLEIAL. Bernardino Mendonça. A Televisão e a Formação da Personalidade. Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.com/psicologia/televisao-formacao-personalidade.htm>. Acesso em 15 fev. 2012.
KIM. Sem TV eu Te Enxergo Muito Mais. Disponível em: http://letras.terra.com.br/kim/92178/. Acesso em 15 fev. 2012.

Resenha Crítica do Filme "O Clube do Imperador"


 
Hoffman, Michael. O Clube do Imperador (The Emperor's Club). EUA 2002.



A história passa-se numa conceituada escola tradicionalista para rapazes, St. Benedict's, cujos alunos pertencem à alta sociedade. William Hundert (Kevin Kline) é um dos melhores professores de história e tem grande preocupação em passar lições de moral e princípios por meio de estudo acerca da filosofia Greco-romana e seus grandes pensadores. A sua rotina muda quando Sedgewick Bell (Emile Hirsch), filho de um senador, passa a estudar nesta escola e os ensinamentos de Hundert entram em choque com o comportamento deste novo aluno.
De início, Sedgewick chegou a afetar a rotina dos alunos, já que não enxergava valor algum no que era ensinado por Hundert, tentando corromper os costumes desta escola. Hundert voltou a sua atenção para o filho do senador com o intuito de tentar conquistá-lo e fazer com que se interessasse pelos estudos, sem obter êxito de início. Porém, após algumas tentativas, e uma conversa com o pai de Sedgewick, o professor consegue fazer com que o mesmo se empenhasse e participasse do concurso Júlio César (líder militar romano). Este concurso era uma das tradições desta escola e consistia em responder perguntas feitas sobre a Grécia e Roma antiga, e na grande final apenas três finalistas participavam. Muitos pais destes alunos chegaram a participar deste concurso com êxito.
Hundert acreditava que Sedgewick poderia mudar seu comportamento diante dos outros, o que fez com que o colocasse na final do concurso Júlio César, burlando sua nota, mesmo sem mérito, achando que estaria fazendo algum bem para ele. Contudo, decepcionou-se com o aluno que ajudara, notando que este estava trapaceando. Da mesma forma que fez com que Sedgewick participasse da final do concurso, Hundert fez com que o perdesse, perguntando o que tinha a certeza que este não saberia responder. Apartir daí, Sedgewick passou a ter mal comportamento seguidos de notas baixas fazendo com que Hundert experimentasse um forte sentimento de fracasso.
Anos depois, Sedgewick se transformara em um grande empresário. Com o pai falecido, quis prestar homenagem a ele fazendo uma significante doação à St. Benedict’s sob a condição de programar uma revanche do concurso que fora derrotado no passado, com a presença de todos os amigos da época e de seu antigo professor de História. Hundert, apesar de estar decepcionado por não conseguir a diretoria da escola (já que o antigo diretor falecera) por um funcionário que no passado fora indicado por ele, aceita o convite.
No entanto, após verificar que mais uma vez Sedgewick trapaceou utilizando-se de um aparelho auricular, em que um universitário lhe dizia as respostas, Hundert leva mais um golpe e então mais uma vez, faz com que seu ex-aluno perca o concurso. Após o acontecido, Sedgewick anuncia a sua candidatura ao senado.
Hundert trabalhava para uma a instituição em que acreditava em sua metodologia e principalmente nos valores que apregoava. Como professor de história, era aplicado e buscava ensinar a seus alunos valores através de ensinamentos de grandes filósofos da antiguidade. Para ele, o mais importante era viver uma vida com retidão. Afirmava que “a ambição e conquista sem contribuição não tem significado”, ou seja, que de nada adiantaria o homem almejar grande conquista para si se esta não trouxesse grande contribuição para a sociedade.
Hundert tentou ajudar Sedgewick, pois se identificara com o filho único de pai importante, pois também era filho de um. Quando afirmou que “por mais que tropecemos o dever de um professor é esperar que o ensino mude o caráter de um menino e o destino de um homem”, tinha a esperança de que ensinamentos apropriados poderiam mudar ou mesmo tecer o caráter de um indivíduo, e mesmo que a família lhe ensinasse o contrário, obteria êxito como educador e Sedgewick fora o seu desafio, pois acreditou nele mais do que ele próprio.
Hundert deu mais que uma chance para Sedgewick, ofereceu-lhe a oportunidade de transformar-se não só num homem de sucesso, mas de transformar-se num homem bem sucedido e correto diante de sua família e achegados. Hundert compreendeu que Sedgewick tinha um relacionamento de pouca afetividade e diálogo com seu pai. Percebeu também que apesar da distância entre os dois, Sedgewick tinha esperanças de ainda ser ouvido por seu pai, respondendo a sua indiferença através da sua rebeldia. Desta forma, o valor que o senador não possuía e, por isso, não podia passá-lo a seu filho, Hundert tentou imprimir em seus ensinamentos para que fossem absorvidos por Sedgewick.
Atualmente, muitos pais ao matricularem seus filhos em uma instituição de ensino, acreditam que além dos ensinamentos necessários a sua formação educacional, a instituição também tem o papel de transformar seus filhos em homens corretos, de idoneidade inquestionável, livrando-os de mais esta responsabilidade. Esta confusão quanto à verdadeira função de uma escola é fruto de uma sociedade que mudou os seus hábitos familiares, pois a necessidade de trabalhar mais para obter maiores ganhos tem tirado não só o pai de dentro de casa, por ter mais necessidade de passar mais horas em seu trabalho para sustento da família, mas a mãe do seio familiar para o mercado de trabalho, fazendo com que os pais confundam a verdadeira função de uma instituição de ensino, confiando assim, não só a educação necessária a formação de seus filhos à escola, mas a responsabilidade de ensiná-los valores e princípios necessários para a formação de seu caráter.
Desta forma, é válido afirmar que o caráter de um homem é moldado através de seio familiar, por meio de experiências e ensinamentos vividos e passados dos pais a seus filhos, pois, se assim não fosse, não existiria entre grandes profissionais, magistrados e políticos, exemplos de falha e por que não dizer, distúrbio de caráter no meio daqueles que juraram defender a lei, a saúde e a vida humana.
Portanto, a família tem um papel fundamental no destino de cada um. Esta obra mostra que somos em essência o que a nossa família nos imprimiu acerca de hábitos, costumes, princípios e valores durante o início de nossa existência. Este filme é indicado para estudantes e profissionais da área de humanas bem como educadores, estudantes da área de saúde como psicólogos e também aos pais, filhos e familiares em geral.
Texto resenhado por Fernanda Carla dos Santos Vital Brito, discente da disciplina Português Instrumental, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.


REFERÊNCIAS
O Clube do Imperador. (The Emperor’s Club). Direção: Michael Hoffman EUA. 2002. DVD (109 min),  widescreen, color., dublado.